Ao abrir uma empresa muitos empreendedores se perdem com a falta de controle financeiro, pagando gastos pessoais com recursos da empresa, ou pagando gastos da empresa com dinheiro do seu próprio bolso.
A falta de controle, neste sentido, dá a impressão de que a empresa não gera lucro e que o sócio não ganha nada, o que na verdade é somente uma enorme confusão, pois o empreendedor perde a visão dos resultados financeiros.
A falta de observação e correção desta prática, pode causar sérios riscos para a empresa, como problemas fiscais e a desconsideração da personalidade jurídica da empresa, passando os sócios a responderem diretamente com seus bens pessoais.
Como fazer para acabar com essa confusão?
Uma das primeiras regras a se adotar, quando se abre uma empresa, é separar as contas da empresa das contas dos sócios.
Abra uma conta bancária pessoa jurídica para a empresa para gerir todos os gastos e recebimentos da empresa por esta conta.
Caso haja eventual necessidade de se fazer pagamentos de gastos pessoais pela empresa, estas devem ser registradas como retiradas dos sócios, ou empréstimos aos sócios, e não como despesas da empresa.
Os gastos pessoais pagos pela empresa, quando não são registrados corretamente, não farão parte dos rendimentos do empreendedor, chamando a atenção da Receita Federal, que possui formas de apurar esta informação.
Os gastos da empresa pagos pela pessoa física, devem ser registrados como empréstimos dos sócios, ou seja, uma dívida da empresa para com o sócio.
As formas de remunerar os sócios são através do pró-labore, retirada de lucros e aluguéis. Estas remunerações devem ser definidas de acordo com a capacidade da empresa. Também devem ser estipulados datas mensais para o pagamento.
Importante ressaltar que a retirada de lucros só é possível se a empresa tiver lucros, que devem ser contabilmente apurados. Portanto, lucro não é o dinheiro sobrando na conta corrente.
Os valores pagos aos sócios, a título de remuneração, devem ser transferidos para a conta da pessoa física, que com esta irão pagar os gastos pessoais.
Além de conta bancária específica, a empresa deve também ter um cartão corporativo para as pequenas despesas, que não deve ser utilizado para gastos pessoais. Outra opção é a criação de um caixinha, alimentado com saques bancários devidamente identificados para este fim, para estas pequenas despesas.
Todas as despesas necessárias ao funcionamento da empresa devem estar em nome da pessoa jurídica, até o menor gasto. Deve se criar o hábito de solicitar documentos válidos como notas e cupons fiscais. Aluguéis, água, luz, telefone, internet, etc, devem ser alterados para o nome da empresa.
Para gerir uma empresa, deve-se ter controle de todo o fluxo financeiro, seja através de programas ou até mesmo planilhas. A conta bancária deve ser verificada diariamente, todas as operações devem ter um comprovante de pagamento e documento originário como boletos e guias. Deve-se fazer um fluxo de tudo que se tem a pagar e também a receber. O cartão corporativo e o caixinha devem ter controles e juntadas de comprovantes como notas e cupons, sempre em nome da empresa.
No começo pode parecer difícil, mas com disciplina e controle é possível organizar as finanças da empresa.
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